sexta-feira, 24 de abril de 2009

A fábula como gênero textual na disciplina de Português

Introdução

Um relatório, segundo dicionário de Português, é a exposição escrita ou oral ou a exposição minuciosa de fatos de uma administração ou de uma sociedade, entre outras colocações. Este é um relatório da minha prática na disciplina de Português, em 2008, na Escola Básica Municipal Luiz Cândido da Luz em Florianópolis-SC.
O período compreendido foi o segundo semestre letivo (junho a agosto) para os alunos do Núcleo 2 que no ciclo regular corresponde a 4º e 5º séries do Ensino Fundamental. Optei por enfocar o gênero narrativo fábula. Além da leitura e dramatização das fábulas pelos alunos houve muitos que pesquisaram sobre a vida e obra de Monteiro Lobato, um dos escritores brasileiros que reescreveu fábulas clássicas de Esopo e La Fontaine.

Fundamentação teórica

O aparecimento da linguagem coincide com o surgimento da fábula. Inicialmente um gênero predominantemente oral que nasceu ao mesmo tempo na África, Europa e Oriente.
A fábula é uma história curta. Se utiliza de personagens animais geralmente para passar uma “MORAL”, ou seja, um ensinamento para os humanos. Os fabulistas mais conhecidos foram La Fontaine e Esopo. Este último soube adaptar as histórias orientais à sabedoria grega.
Um autor brasileiro que reescreveu diversas fábulas adaptando para a realidade brasileira foi Monteiro Lobato. Famoso, sobretudo por sua literatura voltada ao público infantil. Criador do “Sítio do Pica-Pau Amarelo” e de personagens que ficaram famosos por conta da adaptação da sua obra para a televisão brasileira.

Justificativa

Sendo professora de Português optei por trabalhar com os alunos o gênero textual fábula. O interessante deste gênero é que se por tratar de textos curtos são de fácil leitura e como se utilizam de personagens animais prendem a atenção da maioria das crianças.
Todavia, o mais interessante é que a função da fábula é passar uma moral ou no meu ponto de vista uma mensagem. Um ensinamento. A primeira fábula apresentada foi a da “Cigarra e a formiga”. Classicamente esta fábula considera a formiga enquanto trabalhadora e a cigarra enquanto alguém que vive só se divertindo. Porém, a leitura da versão moderna da mesma foi muito importante. Há a consideração da cigarra enquanto trabalhadora sim. A função dela é cantar, representante da classe artística e que torna o trabalho da formiga muito mais prazeroso no verão e o inverno mais alegre. Meu maior objetivo com a apresentação desta fábula foi que os alunos pudessem entender a importância de todas as profissões na vida em sociedade. A 2º e 3º fábulas trabalhadas em sala de aula foram: A Lebre e a Tartaruga, O Leão e o Rato. Tive 08 turmas. Algumas conseguiram ir além das três fábulas gerais. Conseguiram ler e analisar outras fábulas.

Objetivos

O meu principal objetivo ao propor o desenvolvimento do 2º trimestre letivo a partir do gênero textual fábula foi, sobretudo para enfocar a habilidade de o aluno narrar à história em sala de aula, aprender identificar a bibliografia que utilizou e fazer uso da compreensão da moral proposta numa fábula.
Meus objetivos específicos giraram e torno das seguintes questões: aumento de compreensão lingüística e do repertório de vocabulário do aluno; ênfase a leitura oral em sala de aula como estímulo a leitura e a própria aprendizagem individual (treino da habilidade de expressão oral, lingüística e textual) e entendimento da importância da identificação correta da bibliografia na pesquisa. Proposta de pesquisa lançada: Monteiro Lobato.

Metodologia/recursos

A metodologia foi estruturada a partir de aulas expositivas, apresentação oral individual e grupal das fábulas, utilização de xérox, pesquisa e realização de teatro dramatizando as fábulas a partir de grupos de 2 a 3 alunos cada. Foi confeccionado com papelão e papéis coloridos o “casco da tartaruga”, as “orelhas da lebre”, etc. Os próprios alunos traziam suas “vestimentas-personagens” em alguns casos.
As aulas basicamente começavam com indagações do tipo: “A fábula é uma história longa ou curta?”, “Quem foram os precursores da fábula?”, “Qual a principal função de uma fábula?”. A classe geralmente entusiasmada respondia em coro: “História curta”, “Esopo e La Fontaine”, “Passar uma moral”. No decorrer da aula a lição no quadro. Foi possível explorar aspectos gramaticais como substantivos, adjetivos, discurso direto e indireto, interpretação de texto e a leitura.
Geralmente os alunos que acabavam suas tarefas eu ia chamando para sentar em uma cadeira na frente das classes e ler em voz alta a fábula que se estava trabalhando. A maioria gostava de ir lá à frente ler. Sentia que para eles era uma espécie de destaque na turma. Porém, incentivei e abri espaço para a maioria ler. Sempre cobrando silêncio e respeito enquanto o colega lia.
Uma das turmas das quais ministrei as aulas havia quatro crianças com deficiência auditiva, apesar de ter interprete na sala sempre procurei mostrar as figuras dos livros da fábula que se estava trabalhando na classe. Tal atitude foi positiva uma vez que com a ajuda da imagem mais o auxílio da interprete considero que os alunos foram atingidos.
Neste sentido, tive a idéia de junto a turma fazer a representação das fábulas. Os alunos se entusiasmaram. A maioria participou do teatro enquanto atores. Inclusive os alunos surdos. Foi engraçado na representação da fábula “A Lebre e a Tartaruga” um aluno deficiente auditivo gostou tanto de representar a tartaruga que tivemos dificuldade de fazê-lo trocar o personagem com os demais colegas. Dar lugar a outros grupos de teatro na sala de aula.
Enquanto as aulas seguiam este curso, os alunos iam entregando trabalhos caprichados sobre a vida e a obra de Monteiro Lobato. Chamou-me a atenção a observação entusiasmada de uma aluna: “Professora, Monteiro Lobato aprendeu a ler com 05 anos através da mãe, Olímpia!”. Outra aluna complementou: “Talvez por isso, professora, existe uma cidade em SP chamada Olímpia.” Reafirmei a importância da família de Monteiro Lobato e a homenagem à mãe do autor no estado de São Paulo.
Enquanto critério avaliativo valorizei em cada estudante o nível de compreensão, no final do trimestre, do gênero textual fábula em sua estrutura: texto curto, personagens, moral da história, etc. A capacidade dos mesmos em conseguirem citar bibliografias quando realizaram os trabalhos de pesquisa sobre a vida e obra de Monteiro Lobato. No aspecto gramatical foi possível explorar conteúdos como: discurso direito e indireto, substantivos, adjetivos, pontuação, uso do dicionário e a interpretação de textos.


Referências Bibliográficas

Referências Proposta Curricular. Rede Municipal de Florianópolis. Prefeitura Municipal de Florianópolis:2008.
Fernandes, Mônica Teresinha Ottoboni Sucar. FÁBULA. Trabalhando com os gêneros do Discurso-Narrar.FTD.São Paulo:2001.
Fontaine, La. Fábulas. Tradução de Ferreira Gullar.Ed.Revan.Rio de Janeiro:2002.
http://www.josesilveira.com/refletir37.htm, acesso dia 21 de junho de 2008.


A fábula como gênero textual na disciplina de Português
por Prof.ª Andressa da Costa Fariasandressa21@yahoo.com.br

4 comentários:

  1. Gostei muito da forma como você expôs suas ideias Andressa. Pareceu-me bem interessante a forma como abordou o gênero textual. A leitura tem que de fato se fazer presente durante as aulas. Entretanto, teremos que nos reabilitar e reabilitar nossos alunos a compreenderem a utilidade e importância dessa prática. Obrigada. Bjs. Livia.

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  2. QUAL O TIPO DE GENERO TEXTUAL?

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  3. eu vou estudar pra mim com fé em meu deus pra mim passar na prova do don adauto e vou faser a prova en nome de jesus eu vou passar e vou adorar o nome dele por que ele é diguino de toda a onra e de toda a gloria e eu vou passar en nome de jesussssss amem

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